quinta-feira, 15 de março de 2012

AMANDA GARRUTH - ENTREVISTA EXCLUSIVA


A vida é feita de opções, e mesmo em detrimento a outros planos esta artista fez a escolha correta. "Hora e Lugar" vem coroar essa escolha e sacramentar o nome de Amanda Garruth entre os novos talentos de nossa música.


Por Bruno Negromonte




Depois de abandonar o curso de mestrado em linguística aplicada para dedicar-se a carreira artística, esta cantora e compositora carioca (que só veio a se interessar em aprender canto após os 20 anos de idade) vem divulgando o bem conceituado álbum "Hora e lugar". Ao longo do mês de janeiro apresentamos ao público do nosso espaço a matéria A ESCOLHA CERTA DE AMANDA GARRUTH, onde abordamos de forma mais minuciosa não só a vida artística como também a biografia deste promissor talento de nossa música. A pauta teve excelente repercussão e foi a mais acessada ao longo do mês de janeiro atestando a promissora parceria e o seu sucesso em nossas páginas. Ao longo deste mês apresentaremos uma entrevista exclusiva concedida generosamente por Amanda. Nesta conversa a cantora nos fala, dentre outras coisas, de como se dá o seu processo de composição, de como foi optar por uma escolha que em nada condizia com sua vida acadêmica e traz ao conhecimento do grande público a notícia que está no processo de composição de uma nova canção em outro idioma. Além de contar um pouco mais de como se deu o processo de elaboração desse seu álbum de estreia, concebido nos Estúdios Mercury sob produção do músico Thiago Rudrea.


Segundo sua biografia você só veio a se interessar no aprendizado do canto após os 20 anos de idade. Até então como se dava a sua relação com tal arte?

Amanda Garruth - Sempre ouvi música em casa, e sempre música popular, radiofônica, comercial. No início da idade adulta, eu comecei a me interessar pela dita MPB. Meus primeiros CDs desse estilo foram um do 14 Bis, uma coletânea da Elis (que ouvi até furar), um de regravações do Tom Jobim e o "Jobiniando" do Ivan Lins.


Como se deu a decisão de abandonar o curso de mestrado em linguística aplicada para dedicar-se à carreira artística?

AG - Aconteceu de uma forma pensada, embora muito movida pela paixão. Eu não tive medo, porque eu não estava feliz no mestrado. Além disso, naquele momento, eu tinha a coragem da juventude para abrir mão de um primeiro plano em busca de outro. Mas eu ainda mantive a minha carreira de professora de inglês, que me conferia uma segurança.


O Thiago Rudrea se faz muito presente neste seu trabalho. Como se formou essa parceria musical tão rentável?

AG - Conheci o Thiago através do Studio Mercury. O Thiago tinha gravado o piano do meu CD single. Depois, eu o convidei para tocar no meu show "Lado B Inglês". Foi após a primeira apresentação desse show que o Thiago me ligou e propôs gravarmos um CD em parceria: eu, ele e o Studio Mercury. Nós três aceitamos e fizemos o CD "Hora & Lugar".


O Brasil, apesar de ter inúmeras e excelentes compositoras, tradicionalmente atribui à figura feminina mais o papel de intérprete. Em “Hora e Lugar” você exerce os dois papéis sem titubear em nenhum momento. Como se dá o seu processo de composição?

AG - Eu me assumi compositora/letrista por necessidade. Na época do single, eu queria gravar mas não conhecia compositores. Então o Jorge Canaan transformou textos meus em música. Quando chegou a época do "Hora & Lugar", o mesmo aconteceu, só que com mais parceiros. O meu processo de composição é descompromissado. Eu vou escrevendo poemas de acordo com a minha necessidade e disponibilidade emocionais e com a minha inspiração.


Sabemos que o título do disco se deu a partir da canção “Cantiga do tempo”. De que forma se deu a escolha dos versos que batizam o álbum?

AG - Eu tive o estalo quando me dei conta de que o meu verso "Que tudo tem hora e lugar" simbolizava a fase que eu estava vivendo na época da feitura do disco. Isto é, a minha busca pelo meu momento e espaço de realização.


Como aconteceu a escolha do repertório deste álbum de estreia?

AG - Surpreendentemente, eu já tinha o repertório pronto quando nós começamos a fazer o "Hora & Lugar". Eram canções que eu já vinha fazendo ao vivo em shows e composições novas que eu já tinha guardadas.


Antes de apresentar este álbum ao grande público você vem de alguns espetáculos que parecem ter sido fundamentais para o amadurecimento desta ideia de um registro fonográfico. O que você trouxe de experiência, principalmente dos espetáculos “Vida-Ciranda” e “Lado B Inglês”, para o disco?

AG - Eu trouxe o repertório, o produtor musical (Thiago Rudrea) e a minha identidade vocal.


Você, além do espetáculo “Lado B Inglês”, também já exerceu a atividade de professora de inglês. Porém neste seu trabalho não consta nada neste idioma. Há a pretensão de no futuro ter algo neste sentido, um disco voltado exclusivamente para o inglês?

AG - Hoje não tenho planos de fazer um disco todo em inglês. Mas gravar uma música ou outra em inglês é uma grande possibilidade. Eu estou terminando uma parceria dessa com o Eric Brandão, ou seja, uma letra minha em inglês musicada por ele. (Ninguém sabe disso ainda. Estou falando pela primeira vez.)


Você tem profundas raízes na cidade de Cachoeiro do Itapemirim, que é o berço de Roberto Carlos, aquele que é considerado o rei de nossa música, e também do conhecido escritor Rubem Braga. Por conta da formação acadêmica na área de letras e por trazer contigo, hoje, a convicção da escolha certa enquanto artista, em algum momento esses dois nomes exerceram influências em sua vida?

AG - Diretamente não mas indiretamente sim. O Roberto Carlos é uma figura muito presente na vida de todos os brasileiros, portanto comigo não é diferente. Eu assisto às apresentações dele e escuto as músicas dele desde criança. Quanto ao Rubem Braga, eu estou em falta com a obra dele. Ainda não tive a chance de lê-lo.


O arranjo de uma das canções de sua lavra (“O monte”) traz a participação de dois coros, um de criança e outro de senhoras. Como aconteceu a concepção desse arranjo?

AG - O arranjo é do Thiago e a bela ideia de ter os coros também foi dele. A minha função foi conseguir as senhoras e as crianças para formarem os coros. Busquei senhoras através de amigos. As crianças são primos meus. Depois fiz teste com cada uma para, finalmente, irmos para o estúdio.


Por fim, gostaria primeiramente de agradecer pela atenção dispensada ao nosso Musicaria Brasil e saber como tem sido a receptividade deste seu trabalho desde o lançamento, além de deixar aberto o nosso espaço para as suas considerações finais.

AG - Em primeiro lugar, o CD foi acolhido pelas pessoas que acompanham os meus shows. Além disso, eu consegui um espaço muito bom na mídia (jornal, rádio e TV) de Cachoeiro de Itapemirim por meio do meu tio, que é meu produtor lá. No Rio, eu tenho o apoio do projeto Estrada 55 (do Ricardo Loureiro), fiz o Papo Cabeça, da TV Gama e o UVA Music, da TV UVA. Também fiz o Ondas de Amor, na rádio Catedral. Em outros estados, até onde eu sei, teve o Conversa de Botequim, na Rádio Cultura, de Porto Alegre; o Viamundo, da Rádio Inconfidência, de Minas Gerais, a Webrádio Cultura, de Santa Maria (RS) e a Rádio Unimontes, de Montes Claros (MG).

AG - Para terminar, quero agradecer a você, Bruno, pelo espaço concedido. Muito obrigada. Quero agradecer também a vocês, leitores do Musicaria Brasil, que chegaram até esta última linha da entrevista. Obrigada pela atenção. Vamos em frente. Grande abraço.


Maiores informações:
Site Oficial - http://amandagarruth.com.br/
Contato para shows e aquisição do álbum: amandagarruth.contato@gmail.com
Tratore - http://tratore.com.br/cd.asp?id=7898270417511
Youtube - http://www.youtube.com/user/amandagarruth?feature=watch
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O álbum pode ser adquirido através dos seguintes endereços:

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