quinta-feira, 13 de novembro de 2014

MARCOS FREDERICO - ENTREVISTA EXCLUSIVA

O músico mineiro volta ao nosso espaço para abordar diversos temas, dentre eles a sua predileção por instrumentos de corda e o seu mais recente projeto fonográfico intitulado "Entoando Loas" nesta informal conversa.

Por Bruno Negromonte




Hoje temos de volta ao nosso espaço o virtuoso músico e compositor mineiro Marcos Frederico para uma conversa exclusiva sobre projetos, carreira e sua biografia musical. Natural de Belo Horizonte o bandolinista, além de dominar outros instrumentos atua também como produtor musical a partir do estúdio que possui, o Liquidificador Estúdio de Áudio como foi possível conferir a partir da matéria "ENTRE A CONTEMPORANEIDADE E A TRADIÇÃO UM BANDOLIM ENTOA LOAS". De modo solícito, Marcos aporta desta vez em nosso espaço para um bate-papo exclusivo onde fala, dentre outras coisas, de sua carreira internacional, a possibilidade de um registro ao vivo e sobre a sua predileção e envolvimento com instrumentos de cordas desde a infância. Uma imperdível leitura e oportunidade ímpar para quem quer conhecer mais um pouco sobre este novo talento da música instrumental brasileira. Excelente leitura!





Como se deu o seu envolvimento com o violão e o bandolim?

Marcos Frederico - Comecei a tocar violão aos 14 anos, foi um presente do meu pai. Depois estudei no Palácio das Artes e fiz aulas com quem eu considero meu grande mestre, o cara que abriu minha cabeça: Celso Moreira. Bandolim veio em seguida, mas de uma forma autodidata. Como já tinha uma boa digitação, o processo de aprendizado foi um pouco mais fácil. Peguei um bandolim emprestado com um amigo para gravar umas frases em 2 canções e acabei me apegando seriamente com o instrumento. Isso há 12 anos.


Por que a predileção por instrumentos de corda?

MF - Desde criança, sou fascinado por guitarras. E eu sabia que ter um violão poderia ser o primeiro passo pra conseguir uma guitarra. Aí vem aquela coisa de digitação. Você pega um baixo, um cavaco, um bandolim e começa a brincar. O som vai ficando legal... Mas quero muito tocar piano um dia. E assim passar pro acordeon, etc..


Levando em consideração que o bandolim é um instrumento de menor difusão no meio musical brasileiro qual foi a reação dos mais próximos quando você optou por ele?

MF - Apesar de pouco difundido, é um instrumento muito respeitado. Tanto pela história, quanto pela beleza do timbre. As pessoas sempre me apoiaram muito na escolha.


Em nosso país há um paradoxo muito evidente em relação a música instrumental de boa qualidade aqui produzida. Nos mais distintos festivais voltados para este segmento sempre há um público cativo e expressivo, no entanto os espaços para a divulgação desta mesma música são cada vez menores em todos os canais. Como você avalia esse paradoxo?

MF - Na verdade a nossa música instrumental nunca recebeu o devido reconhecimento. Portanto, isso não me espanta nem um pouco. Estamos acostumados... Se essa falta de divulgação afetasse a nossa produção não haveria essa efervescência atual. Devemos pensar nesse público cativo e expressivo, criando novos canais. 
Nesse mercado, além de compor e tocar, temos que ter uma criatividade extra para administrar nossa carreira. No meu caso, uma ideia que vem dando certo e é uma excelente saída para a música instrumental é o áudio visual. 


Você tem em seu currículo três álbuns gravados: “Sinuca tropical” (2007), “Onze” (2011) e agora “Entoando loas”. O que diferencia este seu mais novo projeto dos demais? 

MF - Eu acredito que o Entoando Loas é uma continuação do Onze. É um disco feito imediatamente na sequência. Existe uma distância entre esses dois e o Sinuca Tropical, que na verdade é um apanhado de gravações distintas, quase uma coletânea. Tem a evolução natural também, como compositor e instrumentista.


Entoando loas” é um projeto essencialmente autoral. Você poderia nos contar como é o seu processo de composição?

MF - Não tenho regra. Já fiz música passeando com meu cachorro, música por correspondência, dirigindo na estrada, andando no centro, dormindo, às vezes com um instrumento na mão, às vezes sem... A criação não tem hora. Se você programa demais pode dar errado.


Neste mais recente projeto há presente duas faixas que foram registradas ao vivo no teatro da biblioteca pública de Belo Horizonte e que contam com a participação do francês Nicolas Krassik. Esses registros ao vivo podem ser considerado o cerne de algum projeto posterior? Você tem pretensões de algum projeto ao vivo?

MF - Recentemente tive uma proposta de fazer um ao vivo, mas nada concreto ainda. É diferente de estúdio. É ali, na cara. Nunca tinha pensado nisso, mas agora essa vontade existe. Estou produzindo 3 álbuns autorais de estúdio simultaneamente pra 2015. Vamos ver onde entraria o ao vivo.


Como tem caminhado a sua carreira internacional? (Uma vez que, desde o lançamento de "Sinuca", seu primeiro álbum, você mantém apresentações na Europa e em países da América do Sul, como a Argentina.)

MF - Em abril desse ano fiz duas apresentações em Paris e tenho convites para 2015, ainda sem confirmação. Mas é uma carreira possível e muito interessante, uma vez que eles adoram nossa música.


Você também atua na produção dos seus trabalhos e hoje mais ainda a partir do Liquidificador Estúdio de Áudio indo da inspiração a transpiração. Você pretende lançar novos nomes a partir do seu estúdio?

MF - Você acaba de me dar uma grande ideia! Vamos ver se consigo conciliar.



Maiores Informações:









Contato - tel. 55 (31) 9617 2247 / marcos@liquidificador.com

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