terça-feira, 6 de setembro de 2016

GERALDO BABÃO, 90 ANOS (O COMPOSITOR QUE TIRAVA MÚSICA DA FLAUTA)

Por Gustavo Melo




Geraldo Soares de Carvalho nasceu em 1926, no Terreiro Grande, um dos pontos mais conhecidos do Morro do Salgueiro. Tornou-se compositor de melodias inesquecíveis e originais. Isso por um simples detalhe: enquanto os demais autores compõem seus sambas com harmonia em cavaco ou violão, Geraldo tirava notas musicais da flauta, o que lhe permitia nuances melódicas únicas. Tocava horas a fio pelas vielas do morro, e a saliva que saía da boca para não machucar os lábios em contato com a flauta lhe rendeu o apelido que o consagraria no carnaval carioca: Geraldo Babão.

Em 1940, a Unidos do Salgueiro desfilou na Praça XI com um samba de sua autoria, “Terra Amada”. Mas foi nos Acadêmicos do Salgueiro que Geraldo Babão se consagrou. Ganhou o samba de 1962, “O Descobrimento do Brasil”, enredo de autoria do carnavalesco Arlindo Rodrigues. Em 1964, a veio a consagração: compôs ao lado de Djalma Sabiá o antológico “Chico Rei”, considerado por Martinho da Vila o maior samba-enredo de toda a história das escolas de samba.

Em 1965, mais uma vitória. O Salgueiro elegeu o samba de Geraldo Babão e Valdelino Rosa, que tinha uma melodia extremamente bem trabalhada, especialmente na segunda parte. O porquê dessa originalidade melódica quem explica é o próprio Fernando Pamplona:

Babão venceu ainda a disputa de samba nos anos de 1973, com “Eneida, Amor e Fantasia” e “Do Cauim ao Efó, Moça Branca, Braquinha”, em 1977. O compositor faleceu em maio de 1988, mas deixou para a Academia do Samba um legado de grandes obras e a eterna admiração de todos os compositores da escola.

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