domingo, 4 de junho de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

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Hoje retomo a difícil missão de manter viva a memória musical de nosso país. Sei que a contribuição é ínfima, mas procuro-me manter firme e forte neste propósito. Acredito que inconscientemente eu traga nessa tarefa o desejo de retribuir um pouco daquilo de melhor que a música me dá enquanto ouvinte e pretenso pesquisador do cancioneiro popular brasileiro. Assim como em outras oportunidades sempre busco remexer o baú de lembranças do nosso cancioneiro afim de trazer novamente à tona nomes como a da artista hoje em questão: Celeste Coelho Brandão, que popularizou-se como Alda Verona. Nascida no bairro da Tijuca e educada nos melhores colégios cariocas, Alda destacava-se nas festas escolares e mostrava grande desejo de ser artista desde a mais tenra infância. Esse grande desejo a fez estudar canto, por exemplo, com a professora Eloísa Mastrangioli entre outros professores. Ao mudar-se com a família para o Recife teve a oportunidade de cantar pela primeira vez uma opereta, "Berenice", de Nelson Paixão e Valdemar de Oliveira. Essa foi a sua primeira incursão no universo teatral, e essa aproximação com Valdemar a faria gravar algumas canções da lavra do teatrólogo pouco tempo depois. Suas primeiras gravações ganharam prestígio a partir de sua belíssima voz de soprano e dicção perfeita. Na volta ao Rio de Janeiro, começou a se apresentar na Rádio Sociedade, fazendo diversos registros, dentre os quais, a versão de um sucesso internacional, a valsa "Canção de amor cubano" (Fields, McHugh, Sothart, versão de Ari Kerner), que se tornou sua interpretação mais famosa. Tendo certo dia faltado no Programa Casé uma radioatriz, foi chamada para substituí-la, daí por diante acumulando as funções de cantora e radioatriz.

Sua discografia teve início em agosto de 1929 pela Parlophon quando ela gravou um 78 RPM composto por duas canções de autora de Nelson Ferreira: "Melodia Do Amor" e "Veneno Louro" (esta em parceria com Osvaldo Santiago). Anda em 1929 fez o registro de canções como "Maracatu" (Ascenso Ferreira / Valdemar de Oliveira), "A Divina Dama" (Math Shilkret / Aratimbó), "Caboca Cherosa" (Raimundo Brito / Valdemar de Oliveira), "Sertão" (Ascenso Ferreira / Valdemar de Oliveira), "Os Crisântemos" (Nelson Ferreira / Osvaldo Santiago), "Amor" (Sivan Castelo Neto), "Sublime Provação" (Eduardo Souto), "Carta De Mané Trapiá" (Osvaldo Santiago / Nelson Ferreira), "Foi Na Beira Do Rio" (Samuel Campelo / Valdemar de Oliveira), entre outras. Com uma carreira em discos curta, Alda Verona só fez registros fonográficos por cinco anos, mas tempo suficiente para torná-la um nome imprescindível na MPB feita nos anos de 1930 a partir do Nordeste. Em 1934 encerrou a carreira discográfica com as canções "Diga-me uma vez" (Gentner e Sivan) e "Tão fácil a felicidade" (Valdemar de Oliveira). Em 1942, a Rádio Nacional contratou-a para seu radioteatro, aí permanecendo por exatos 30 anos, tanto representando papéis dramáticos como humorísticos. Gravou um total de 21 discos com 40 músicas. Em sua biografia ainda consta a atuação em filmes como "Cisne branco", de Luís de Barros, em 1940, e "O dia é nosso", de Milton Rodrigues, em 1941. Em 1989, o quase pernambucano Leon Barg, proprietário do selo Revivendo, lançou o LP "Sempre Sonhando", com gravações de Alda Verona, Gastão Formeti, Otília Amorim e Raul Roulien, trazendo novamente ao mercado do disco, mais de meio século depois, o nome de Alda Verona novamente.



















  1989 a gravadora Revivendo 

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