sábado, 7 de outubro de 2017

PETISCOS DA MUSICARIA

Por Joaquim Macedo Junior


MULHERES CANTORAS E COMPOSITORAS DE PERNAMBUCO 
– SELMA DO COCO 

Selma do Coco


Arrrrrá!!!! Dona Selma do Coco, nascida na Zona da Mata, conviveu com a música tradicional pernambucana, em especial o coco de roda, desde a infância, nas festas juninas que frequentava com seus pais.

Selma Ferreira da Silva nasceu em Vitória de Santo Antão-SP, em dezembro de 1935, falecendo em maio de 2015.

Aos 10 anos, mudou-se com a família para o Recife. Casou-se muito jovem, depois de ter dois filhos, ficou viúva. Selma criou ainda 14 sobrinhos. Morou 15 anos no bairro da Mustardinha, na capital pernambucana. De lá, foi morar em Olinda, onde vendia tapioca. Para atrair os turistas e aumentar o faturamento, cantava o coco enquanto trabalhava.

“Dá-lhe Manoel”, com Selma do Coco

Ganhou fama nos anos 90, quando foi descoberta pelo pessoal do Manguebeat, como Chico Science, que começaram a elogiar suas músicas. Passou a apresentar-se em festas populares, nas quais vendia fita cassete, gravadas artesanalmente com seus trabalhos.

Em 1996, apresentou pela primeira vez para um grande público, no Festival Abril Pro Rock. No ano seguinte, seu coco “A Rolinha” fez sucesso no carnaval do Recife e de Olinda. Gravou seu primeiro CD, em 1998, com músicas compostas em parceria com Zezinho. O trabalho lhe rendeu, no ano seguinte, o Prêmio Sharp.

Santo Antonio, com Selma do Coco

Em 2000, apresentou-se no Festival Lincoln Center, Nova York e no Festival de Jazz de Nova Orleans, além de fazer shows na Alemanha, Bélgica, Espanha, Suíça e Portugal.

Durante a excursão pela Europa, atendendo a um convite do Instituto Cultural de Berlim, gravou o disco “Heróis da Noite”, ao lado de cantores africanos.

Em vida, recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.


O Coco

É um ritmo típico da região Nordeste do Brasil. Sua origem é atribuída a três estados: Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

O nome refere-se também à dança, ao som desse ritmo. Com influência indígena e africana, é uma dança de roda, acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino.

Recebe várias nomenclaturas como pagode, coco de usina, coco de roda, coco de embolada, coco de praia, coco do sertão, coco de umbigada e ainda denominações ligadas ao instrumento mais característico da região: coco de ganzá e coco de zambê.

O som característico do coco vem de quatro instrumentos (ganzá, surdo, pandeiro e triângulo), mas o que marca mesmo a cadência do ritmo é o repicar acelerado dos tamancos (que imitam o barulho do coco sendo quebrado).

A “sandália” de madeira é quase como um quinto instrumento, além disso, a sonoridade é completada com as palmas.

Existe também a hipótese de que a dança teria surgido nos engenhos ou nas comunidades de catadores/tiradores de coco. São figuras notáveis do coco: Amaro Branco, o grupo Raízes de Arcoverde; Jackson do Pandeiro; Jacinto Silva; e d. Glorinha do Coco.


Pot-Pourri com tributo a Jackson do Pandeiro, com Selma do Coco e Lenine,
em Especial da TV Globo


Semana que vem, tem mais.

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