terça-feira, 4 de outubro de 2016

CONHEÇA AS ATRAÇÕES DO 13º COQUETEL MOLOTOV

Por Alef Pontes



Céu é uma das atrações do No Ar Coquetel Molotov 2016


O Festival No Ar Coquetel Molotov anunciou, nesta semana, a sua programação (quase) completa da edição 2016. Com seu núcleo de atividades na Coudelaria Souza Leão, no Recife, dia 22 de outubro, o festival amplia suas ações com prévias a partir da primeira semana de outubro, oficinas, cinema e chega à duas novas cidades: Belo Jardim (PE) e Belo Horizonte (MG).

No Recife, a 13ª edição do Coquetel Molotov promete mais 12h de atividades musicais em três palcos distintos e algumas mudanças na estrutura, para valorizar os shows e aproveitar melhor o espaço da Coudelaria, como explica Jarmeson de Lima, um dos produtores do Molotov: “O público tem aproveitado cada vez mais os festivais ao ar livre. A gente está colocando a programação para iniciar às 15h, fazendo, ao mesmo tempo, que o público chegue mais cedo e aproveite melhor a área verde e pôr do sol do espaço”.

Entre os 22 nomes anunciados estão alguns dos destaques da cena musical contemporânea, como Céu (SP), BaianaSystem (BA), Karol Conká (PR), Boogarins (GO), Jaloo (PA) e Baleia (RJ); além de promessas da música independente pernambucana e nacional: Tagore (PE), Luneta Mágica (AM), Barro (PE), Ventre (RJ), Phalanx Formation (PE), Rakta (SP) e AMP (PE), entre outros.

Através de uma parceria com a Barros Melo, o festival recebe o Palco Aeso, que abre a programação do evento, às 15h, com um recorte da nova música pernambucana. A grade deste ainda não foi anunciada, mas deve sair até o final do mês. A curadoria fica por conta de Ricardo Maia, coordenador do curso Produção Fonográfica da instituição em parceria com a produção do Molotov.

“No ano passado foram quatro atrações novas de lá. Este ano esperamos outras novidades, entre bandas dos próprios alunos da Aeso e de fora também”, conta Jarmeson.

A participação do Som na Rural continua neste ano, trazendo discotecagem de nomes diversos. Entre eles, o DJ alagoano Cleiton Rasta, que se tornou um fenômeno nas redes sociais com o resgate do vídeo Cabeça de gelo. Outro destaque é o rapper PRK, que se inscreveu para o edital de Belo Jardim, mas também garantiu presença no line-up Recife.


Otto se apresenta em sua cidade natal: Belo Jardim


EXPANSÃO

A programação deste ano chega à cidade de Belo Jardim (08/10), no Agreste pernambucano, pela segunda vez; e estreia na capital mineira, Belo Horizonte (15/10). Encerrando o ciclo 2016 no dia 22, na Coudelaria Souza Leão, localizada no bairro da Várzea, Recife.

Esta não é a primeira vez que o Molotov explora outros ares. Nos anos de 2010 e 2011 o festival marcou presença na cidade de Salvador. E deve retornar para lá ainda este ano, desta vez em novembro - com uma programação ainda não divulgada.

“Em Salvador a gente tinha aprovado em um edital da Oi, com incentivo estadual, mas não conseguimos executar no ano passado. E aí ficou para esse ano. A gente vai fazer por lá no final de novembro”, revela.


CURADORIA

Sobre o processo curatorial, Jarmeson explica que muitos dos artistas partem do que os produtores ouvem e do que recebem de material também, conciliando, claro, com a possibilidade de trazer a atração. Além das questões financeiras e logísticas, um das bases curatoriais é o ineditismo artístico. Sem deixar de levar em conta os pedidos dos fãs e do público do festival, como conta Jarmeson: “É o exemplo de Jaloo. Quando ele veio para cá, em 2014, ainda era muito novo nessa questão da visibilidade e não tinha lançado o disco. Tinha um show bem diferente do que apresenta hoje, a gente já conhece um pouco mais o trabalho dele e como o público estava pedindo, a gente convocou”.

Outro exemplo é a artista Karol Conka, trazida pelo festival em 2012, ainda no Centro de Convenções da UFPE. Agora a artista retorna ao evento em um outro momento de sua carreira. No caso dos consagrados BaianaSystem e Céu, foi o ineditismo de seus novos trabalhos que determinou a convocação. A programação recifense conta ainda com três atrações internacionais: Los Nasty (Espanha), Deerhoof (EUA) e Moodoid (França).




Conheça os artistas do Molotov 2016:


PALCO SONIC




Luneta Mágica (AM)



Simplício sofria de miopia aguda e queria enxergar melhor, por isso vai em busca de uma lente. É presenteado então com uma luneta que lhe permite ver até o caráter das pessoas, e isso não era o tipo de visão mais agradável. É mais ou menos esse o enredo do livro homônimo que serviu de inspiração para a banda. Criada em 2008 por Chico Só e Pablo Henrique, Luneta Mágica busca desafios e quer fazer algo diferente de sua realidade. Na bagagem, dois discos: Amanhã vai ser o melhor dia da sua vida (2012) e No meu peito (2015).


AMP (PE)

Rock amplificado com guitarras, baixo e bateria no volume máximo. Pharmako dinâmica (2008) eBig mouth, dead ears (2013) são os petardos que explicam como a música da AMP funciona: a metáfora perfeita para aqueles filmes de ficção científica onde um monstro gigante devasta completamente uma cidade indefesa.


Los Nastys (Espanha)

Com apenas dois EPs em sua carreira, Los Nastys já conseguiu rodar por toda a Espanha, tocando em importantes festivais como o de Benicassim, Sonorama e South by Southwest e está prestes a desembarcar no Brasil. Sua canção Fumar, beber y romper ganhou prêmio como "Melhor canção do ano" em uma das mais importantes rádios espanholas, a Radio 3. Na música, uma trilha de versões punk-rock de canções de west side story em formato psicodélico.


Rakta (SP)

“Rakta é uma viagem musicósmica ao redor do mundo, interno e externo! É uma catarse coletiva e individual, é uma família cheia de amor, com espírito jovem e velho”. Assim a vocalista e tecladista Maria Paula Aurora tenta definir o grupo de mulheres que forma uma das bandas mais interessantes do cenário roqueiro paulistano. Suas referências vão desde o post-punk/não-wave a sonoridades mais modernas e ricas de possibilidades melódicas.


Barro (PE)

A vida e arte estão intrinsicamente ligados e é assim com inspiração e força do músculo cardíaco Miocardio que o cantor pernambucano Barro apresenta seu primeiro disco solo. Miocárdio é disco síntese das vivências de Barro, músico que atua na cena musical do Recife há mais de 10 anos como compositor, cantor e instrumentista em vários grupos, sendo um dos idealizadores da Bande Dessinée.




Jaloo (PA)

Nascido Jaime Melo em Castanhal, região metropolitana de Belém do Pará, Jaloo faz música pop, eletrônica e experimental, mas que não parece com nada do que se espera dessas definições. Ele remexe as músicas de artistas como Rihanna e Donna Summer, sem medo de sacrilégio, e deixa com sua cara. Compõe, canta, interpreta, remixa, arranja e produz. Seu primeiro álbum, #1, está saindo agora pela StereoMono, selo Skol Music.


Vogue Fever: Recife (Duelo de Vogue)

Vogue é uma dança que surgiu nas comunidades que congregam pessoas gays, trans, negras e latinas como forma de resistência e afirmação dessas minorias. Seus movimentos são inspirados nas poses das modelos das revistas de moda.


Ventre (RJ)



Formado por Larissa Conforto (bateria), Hugo Noguchi (baixo) e Gabriel Ventura (guitarra e vocal), a Ventre é uma grata surpresa que vem do Rio de Janeiro. Seu disco de estreia homônimo foi lançado no final de 2015 com a produção da banda e parceria de vários amigos. Tem algo de stoner-rock e mais além com digressões pop e camadas de efeito e faixas que se conversam num misto de prazer e trivialidades.


Deerhoof (EUA)

Formada em 1995 em San Francisco, a Deerhoof acabou de completar 20 anos de estrada em uma carreira com 13 discos lançados e uma legião de fãs pelo mundo que inclui gente como Yoko Ono, Wayne Coyne (The Flaming Lips) e Thurston Moore (Sonic Youth), gente com a qual a banda até já excursionou junto abrindo turnês.


Museu do Tubarão (PE)

Em contraste com a beleza da praia de Boa Viagem, com sua longa barreira de arrecifes, existe o estigma dos ataques de tubarão há mais de 20 anos. Para desconstruir essa ideia e incentivar a ocupação do local, o artista Aslan Cabral criou o chamado “Museu do Tubarão” com uma série de atividades culturais. O museu traz consigo diversas performances, instalações e música.



Phalanx Formation (PE)

O estilo é eletrônico, a dupla é pernambucana, mas poderia ser de qualquer lugar do mundo. O ritmo universal das batidas com inspiração em Alan Moulder, Martin Hannett e Aphex Twin e as vozes em inglês refrões e melodias dançantes fazem do Phalanx Formation uma das grandes novidades surgidas neste ano no Recife.



PALCO VELVET

Tagore (PE)

Imagine fundir a explosão melódica dos Beatles, com as emboladas psicodélicas do udigrudi pernambucano dos anos 70. Agora adicione largas pitadas de The Doors, Rolling Stones , Tom Zé e Raul Seixas. Isso é Tagore.



Baleia (RJ)

Formada em 2010 por um grupo de amigos do colégio, a Baleia lançou sua primeira música autoral,Killing cupids, em 2011, que rendeu a eles uma indicação ao Prêmio Multishow. A partir deste trabalho, a Baleia começa a explorar novas vertentes nas composições que resultam no primeiro álbum de inéditas, o Quebra azul, em 2013. Elogiado pela crítica, o CD figurou entre as principais listas de melhores álbuns do ano. Em 2016, Baleia lançou seu segundo trabalho, Atlas, primeiro deles com a gravadora Sony Music.



Moodoid (França)

Influenciado por vários gêneros do rock, kraut, sons psicodélicos e ritmos étnicos, o Moodoïd é uma banda francesa surgida em 2012 e liderada por Pablo Padovani, guitarrista da Melody's Echo Chamber. Moodoïd lançou seu EP homônimo pelo selo francês Enterprise no final de 2013, tendo suas faixas mixadas por Kevin Parker do Tame Impala. A este disco, seguiu-se o primeiro álbum de estúdio Le monde moo, em 2014, incluindo como bônus as músicas do EP.


Boogarins (GO)



A banda Boogarins é atualmente uma das que mais se destacam no cenário independente no Brasil e no exterior. Só em 2016, a banda fez duas turnês pela Europa e pelos Estados Unidos, onde lançaram o seu segundo disco pelo selo nova iorquino Other Music e distribuição mundial da Fat Possum Records. Seu rock and roll está enraizado nas tradições do Tropicalismo nutrido na cultura contemporânea música global com muitos toque de psicodelia nas guitarras.


Céu (SP)

Céu brinca com beats. Debruçada sobre a luz do monitor, ela move o cursor de lá para cá, clicando e arrastando frases musicais traduzidas em gráficos horizontais. Foi a partir deste insight que ela começou a mais ousada reinvenção de sua carreira. Tropix é um disco sintético, noturno, reluzente em um mergulho neste universo de texturas artificiais que atravessa diferentes experimentos sônicos da segunda metade do século passado: o trip hop dos anos 90, a discoteca do final dos anos 70, o R&B dos anos 80, o casamento do hip hop com a música eletrônica.




Karol Conka (PR)

Apresentada como promessa desde seus primeiros shows, foi nos dois últimos anos que a música de Karol Conká atingiu o grande público. Em 2013, a rapper curitibana faturou o Prêmio Multishow na categoria Artista Revelação. Pouco tempo depois, o prestigiado grupo português Buraka Som Sistema convidou Karol para emprestar suas rimas à faixa "Bota", eleita a segunda melhor música da Copa do Mundo FIFA 2014 pela Billboard. Essas foram algumas das conquistas que vieram após o lançamento do álbum Batuk freak. No verdadeiro estilo Twerk, com beats de 100bpms feitos para a pista de dança, Tombei mostra bem a pegada frenética da rotina de Karol. A letra, escrita pela rapper, inspira-se em sua força feminina.


Baianasystem (BA)



Modernizar o passado amplificando as tradições populares é a missão que o BaianaSystem vem cumprindo muito bem desde o seu nascimento, em 2009. A mistura original da guitarra baiana de Roberto Barreto se juntou com a retórica provocativa de Russo Passapusso. Na condução destas duas vozes, estão as linhas de baixo de SekoBass e a base percussiva (eletrônica ou orgânica), característica de ritmos afro-latinos como frevo, samba-reggae, pagode, groove arrastado, ijexá, kuduro, reggae, dub, entre outros. 

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